terça-feira, 6 de dezembro de 2005

E logo à noite quê que eu vou fazer?!

Estou sem carro, na 4.ª feira passada voltava do Arrábidashopping depois de uma sessão de cinema (fui pela segunda vez matar saudades do meu feiticeiro preferido, o Harry, só este assunto merecia um post inteirinho...) e apanhei uma bicha (é! quando quero eu digo "BICHA" como uma portuguesa deve dizer porque foi assim que aprendi!) que começava antes da rotunda AEP, com a história do "pára. arranca. pára. arranca" parei, ... e não arranquei... a minha benção é que estava acompanhada, um dos meus tesouros(amiga) estava comigo, a Plopes, e devo dizer que não foi mau de todo (agora é que está a ser...), é claro que levamos a cena na desportiva e entre muitas risadas (agora não tenho vontade nenhuma de rir...). aproveitei para lhe explicar o filme quase todo, isto porque para quem não leu o livro "o Cálice de Fogo" existem partes que concerteza não se entende ou percebe, ou fica-se com a impressão errada (por exemplo, a parte da discussão entre a hermione e o ron, na noite do baile, a sensação que deu foi que a hermione "não fecha bem a porta"); e aproveitámos também para falar da nossa paixão, a dança oriental. Passou rápido o tempo, principalmente porque o carro "deu o berro" era 1:30h(+ou-) e o reboque só chegou passado quase uma hora, isto por causa da bichona... mas ao menos estava quentinho no reboque, o que é muito bom, isto porque o aquecimento no meu carro também não estava a funcionar. Hoje posso dizer que o problema é da junta da colassa... previsão do mecânico: nunca menos de 600€... lá se vai o 13.º...

Anywayzzzz... isto só para explicar que hoje de manhã, aqui a compota veio a "butes" que é como quem diz, veio pelos próprios pézinhos para o work. Pelo caminho vinha a pensar no dia que me espera, se um dos meus tesouros, a “GémeaJ” me iria enviar um e-mail a “dar contas” de como está. Isto é, para mim, um assunto sério. Ela está a fazer A Viagem: em agosto passado comprou um bilhete de avião para a Cidade do Cabo, África do Sul, e desde então tem andado de mochila às costas (a butes, de camionetas, avionetas...) com o objectivo de chegar por estes dias a Cairo, Egipto. Depois disso vai voltar para os EUA, onde vive,... ou isso... é claro que numa viagem destas pode acontecer de tudo, ela não está sozinha, está também com uma americana doida como ela, o que não lhe confere a devida protecção como seria de esperar numa viagem deste estilo... o ultimo e-mail dela veio no dia 29 de novembro, passada 3.ª feira e entretanto, mais nada... escusado será dizer que ela é uma mulher, 23 anitos, com outra mulher, de outros 23 anitos, numa zona em que o respeito pelas mulheres não é o lema do dia... ah! É verdade, os americanos já foram vistos com mais animosidade do que nestes dias pelos muçulmanos... portanto, estou preocupada.

A preocupação estende-se também à IrmãS, irmã da GémeaJ e da GémeaK, que neste momento está como missionária em Durban, no Sudão, aquilo está muito complicado para aqueles lados, para não dizer pior...

Ontem recebi um mail dos pais delas a dizer, passo o excerto, tá em inglês e não tenho pachorra para traduzir:
“We finally got the news. Kuka (one of the villages where one of the camps is located) was razed. They are still fighting. The town is gone. Schools gone. To pull up to a village with your monthly rations for 30,000 and realize that you are going to have an enormous excess because only 5,000 have shown up is horrifying. The obvious is impossible to ignore
---Where are the other 25,000 that were here two weeks ago?---
Some say numbers numb you out, but usually they are an agonizing jolt that drives home the reality of these peoples' lives. I wish I could tell you guys that we are making a difference. I wish that as humans we could truly do something to alleviate suffering on a Permanent basis. I wish we could offer more than temporary alleviation.
Yet for all the bad on both sides and despite all the mistakes that we, agencies and the powers that be make I know that between being here and not being here it IS better to be present. At least, the presence of the international community communicates to those innocent and caught in the middle that they are worthy of attention and assistence even if it is never quite enough.
I think war is a great place to go if you need any convincing that there isn't a solution outside of Jesus. I don't mean that tritely or cynically. Even if the fighting stops here the leftovers will last generations. For every town you help another one gets burned down. For every child you feed at least two more die. You can't really stop evil. But I believe our victory lies in knowing that its hold is only on this world and not the one to come. And even though you can't necessarily stop evil on any kind of grand scale you can, at least, say, scream, shout out that it is wrong.
That is why I am here: to say it is wrong even if I can't stop it. The very special thing is, that by God's grace, some days for a handful of people I do get to stop it even if only for a little while.
Those days rock.
All for now,S.”

Penso que deu para perceber que ela está num campo de refugiados e também não está ela própria muito bem. Mas é uma pessoa de fé e coração puro. Isso é o que interessa. E estou a orar por ela, porque é só isso que posso fazer.

"Hoje é dia de aula de dança oriental." - Só esta frase muda o dia por completo, é dia de me sentir bonita, pra mim e Deus. Sinto-me bem e peço-lhe que mostre uma sensação tão boa como esta a toda gente. Tenho a certeza que se toda gente, por todo o mundo conseguisse sentir a satisfação que eu sinto ao dançar (ou a fazer outra coisa de Boa conduta), as guerras de todo o tipo acabavam. Durante toda a minha vida ficava sempre fascinada (no mínimo) pela cultura do próximo/médio oriente, e na primeira vez que experimentei a dança oriental pensei logo:” yeah! Baby! Isto foi encomendado por Deus para mim, é uma prenda Dele muito especial, serve-me perfeitamente, sem tirar nem pôr!” e pronto, apaixonei-me!
Isto não quer dizer que eu saiba dançar, ainda. Mas vou chegar lá... é só uma questão de treino, prática e dádiva. E claro, como diz a minha prof...: “não esquecer de sorrir sempre...” isto é mesmo a parte mais fácil, já é inato e acho impossível estar-se a fazer uma coisa que se gosta e não sair um sorriso...

Acho que só o pensar na aula, já sorrio e só queria andar de uma lado para o outro com um discman para ir dançando, ou isso...
Nunca mais chega “logo à noite”!
Beijos Blogados!!!