sexta-feira, 13 de março de 2009

Magnificent

Não é habitual o meu poeta preferido escrever sobre o amor como uma coisa que corre bem, por isso foi com surpresa que reagi a esta letra, por sinal absolutamente linda... Este é do tipo de poema que posso dedicar ao meu gajo sem ter de fazer alterações!! :) Realmente, o Sr Paul Hewson é como o vinho do porto...
Senão vejamos:

"Magnificent
Magnificent
I was born
I was born to be with you
In this space and time

After that and ever after
I haven't had a clue

Only to break rhyme
This foolishness can leave a heart black and blue



Only love, only love can leave such a mark

But only love, only love can heal such a scar


I was born
I was born to sing for you 

I didn't have a choice but to lift you up
And sing whatever song you wanted me to
I give you back my voice
From the womb my first cry, it was a joyful noise ...

Only love, only love can leave such a mark

But only love, only love can heal such a scar


Justified till we die, you and I will magnify

The Magnificent

Magnificent


Only love, only love can leave such a mark

But only love, only love unites our hearts



Justified till we die, you and I will magnify
The Magnificent

Magnificent

Magnificent"

Para quem quiser ouvir a versão "musicada" deste belo poema, é favor comprar o novo album da melhor banda do mundo e arredores, os U2, claro está...

They just keep getting better... Hasta.


domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sobre a Gravidez



A altura desta minha (curta) vida (sim, são 27, eu sei, mas já me passou a neura...) em que me senti mais bonita não foi na adolescência quando ouvi a mais inesperada e bela - pela sua simplicidade - declaração de amor (do meu primeiro namorado, que na altura também era o meu melhor amigo), nem no dia do meu casamento (por motivos óbvios)... foi mesmo durante os 9 meses em que estive grávida com a Angie no meu ventre. Havia uma aura mágica em minha volta e por muita tempestade que houvesse à minha volta, nada me derrubava.


Cheguei à conclusão que o nosso mais profundo feitio se impõe durante a gravidez. Se uma mulher é calma e submissa, então na gravidez faz tudo o que lhe mandam e são só duvidas e medos... se por outro lado sempre foi um pouco reinvidicativa, então, meus amigos, fujam! Eu fui assim. Como em tudo o que faço, tenho de controlar todas as áreas e entender tudo... estudei, li para mais de 10 livros, os que não encontrava cá, encomendava na Amazon, passava horas a pesquisar na net... A minha ideia era que se eu soubesse tudo, nada podia falhar, a não ser o que Deus impusesse à ultima da hora. Por isso o que eu pudesse fazer, eu faria. Cuidei de mim, mimei, meditei, fiz Yoga direccionado para a gravidez, aproveitei mesmo cada bocadinho porque sabia que iria passar em carro de fórmula 1 :) Fisicamente foram só coisas boas, tudo correu muito bem, sei que em parte devido ao meu esforço.


Mas nem tudo foram rosas. Com quase 6 meses de gravidez o marido foi tirar o curso da GNR, passava a semana na Figueira da Foz e vinha a casa ao fim de semana. Naqueles ultimos meses em que tudo se prepara e decide foi muito dificil, nunca tinhamos ficado tanto tempo sem estar juntos... Depois, através de pesquisas que tinha feito decidi que não queria ir para o hospital ter a Angie se não tivesse a certeza que respeitavam a minha vontade de ter um parto sem intervenção médica, ou seja, sem oxitocinas, episiotomias, epidurais... queria um parto natural. No Hospital da Póvoa estava fora de questão seguirem a minha vontade, têm uma taxa de episios de 95%, logo, nada feito. Ali ninguém me apanhava. Sentia que havia uma pressão para chegar à hora e esperar que os médicos e parteiras decidissem o que eu deveria fazer, e a minha forma de ver as coisas é que se eu carrego a criança e se antes de mim outras mulheres pariram sem médicos durante milénios, porque raio eu também não conseguiria?? Para histerismo de quem não quis ouvir a minha opinião e base científica de pesquisa eu decidi que iria ter a Angie em casa, a não ser que descobrisse um hospital que me assegurasse um parto natural, sem intervenções... e durante meses tive que lutar contra a tradição e a institucionalização e "se as outras mulheres fazem assim porquê que tu não fazes também?" Porque eu sou eu e as outras são as outras... temos pena! Graças a Deus o marido esteve firme do meu lado... Mas posso afirmar que se não estivesse eu teria a mesma determinação...


Fui acompanhada nas consultas do pré-natal por um médico Ginecologista-Obstetra muito renomeado aqui no Norte, e desde a primeira consulta ele tentava convercer-me que a cesariana é a maravilha dos tempos modernos. Verdade seja dita que não conheço nenhuma mulher que tenha sido sua paciente que tenha feito parto normal (quanto mais natural)... Todas fizeram cesariana e todas tiveram complicações de algum modo, fossem elas pontos infeccionados, insucesso na amamentação ou recuperações excruciantes... Ele nunca chegou atrasado a uma consulta com a desculpa de ter assitido a um parto demorado...


Na consulta das 37 semanas ele (o tal médico Hot-shot) diz-me que marcasse nova consulta para dali a 2 semanas (estaria nas 39, portanto) e que "nessa consulta marcariamos o dia para a tirar cá para fora..." Eu tinha passado toooooda a gravidez a informá-lo quais as minhas intenções e quais os meus valores, mas o "gajo" tinha que se sair com essa pérola! Resultado: Mudei de médico! Falei com uma amiga que é enfermeira no S. João que me informou que tinham aberto a nova Ala de Partos naturais e eu pensei: "É isto!!" Acabei por mudar de ideias em relação a um parteiro que me viria assitir ao parto em casa, o qual pedia uma soma que nos seria dificil de pagar... e decidi que iria aventurar-me num sítio que me respeitariam... e assim foi. E respeitaram. E eu tinha razão.


E tudo soube bem. Neste momento, se não tivesse que esperar a Angie fazer 18 meses (é o que os médicos aconselham a qualquer mulher) para encomendar o bébé numero 2... não pensaria 2 vezes e começava já nos treinos com o meu Beib ;) Tenho imensas saudades de estar grávida! Não posso ver uma mulher assim e já fico toda sorrisos, toda saudosa, toda nostálgica... Para além de que quero a minha casa cheia de crianças e gostava de as ter todas seguidinhas. Quero que tenham bases e portos de abrigo nos seus irmãos. Devia deixar-me de tretas e fazer já outro, vero??



Standing the test of time.


Ontem fiz anos.
27.
Em tempos idos, os 27 ficavam bem lá à frente, bem distantes. Houve uma altura em que pensei que com 27 eu fosse ter conquistado o Mundo, teria uma profissão catedrática, seria teóloga, viveria em Nova Iorque e teria provavelmente mais do que 1 namorado... eheheh... os livros de astrologia que lia diziam-me sempre que os aquarianos não se prendem! lol
E eis que por esta altura eu necessito de ter um tête à tête com os escritores desses livros para lhes informar que no que me diz respeito e relativamente à parte dos namorados... FALHARAM!! Já o resto, tenho pena que assim não seja, mas a Vida é mais do que livros e apesar de eu saber que tinha capacidades para ir longe, contento-me com a auto-aprendizagem que faço... um dia quem sabe, acabo a licenciatura de solicitadoria que deixei a meio, porque não tinha tempo (leia-se "dinheiro") e tiro o meu santo graal do coração: faço a Lic. de Teologia e acalmo a minha sede...
Como é possível a Vida correr tão rápido?! Como é possível que ontem mesmo eu era uma cachopa que andava de calções e sapatilhas, passava os verões na praia (de dia), em brincadeiras inocentes na praceta perto de casa (de noite) encantava-me... e descobria o amor... e agora sou uma mulher, adulta, mãe, esposa, profissional, necessária e indispensável para t-a-n-t-a coisa? É bom mas é mau! Tenho saudades de quando não era responsável por tanta coisa!
Por outro lado, orgulho-me do que tenho. Já comecei a outra fase, já casei, já tenho a Angie e penso... "se calhar é isso. Sabes que não vais estar sempre aqui, queres vê-la crescer e vê-la alcançar todos os seus sonhos e sabes que não será assim, um dia ela segue em frente e será sem ti..." tenho medo desse dia.
Ontem foi o primeiro aniversário que não tive vontade de festejar a 100%. Sei que podem pensar que é estranho, afinal, este ano tenho a minha filhota. Mas o problema é esse. Penso que quando Deus tratou desse mecanismo de fazer anos pensou mal... ;) Ele devia tê-lo feito a reverter a partir do momento em que parimos. Não deveriamos envelhecer e sim começar a ficar mais novos. Assim sabiamos que estariamos sempre lá para os nossos filhos...


Enfim, já deve ter dado para reparar que estou nostálgica. Um pouco em baixo também, nem sempre temos um porquê mas simplesmente muitas vezes é assim. Estou cansada de envelhecer.


- Ok, Deus, toma lá as fichas, devolvo-tas. Não as irei usar mais na maquineta do tempo.



Hasta.