domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sobre a Gravidez



A altura desta minha (curta) vida (sim, são 27, eu sei, mas já me passou a neura...) em que me senti mais bonita não foi na adolescência quando ouvi a mais inesperada e bela - pela sua simplicidade - declaração de amor (do meu primeiro namorado, que na altura também era o meu melhor amigo), nem no dia do meu casamento (por motivos óbvios)... foi mesmo durante os 9 meses em que estive grávida com a Angie no meu ventre. Havia uma aura mágica em minha volta e por muita tempestade que houvesse à minha volta, nada me derrubava.


Cheguei à conclusão que o nosso mais profundo feitio se impõe durante a gravidez. Se uma mulher é calma e submissa, então na gravidez faz tudo o que lhe mandam e são só duvidas e medos... se por outro lado sempre foi um pouco reinvidicativa, então, meus amigos, fujam! Eu fui assim. Como em tudo o que faço, tenho de controlar todas as áreas e entender tudo... estudei, li para mais de 10 livros, os que não encontrava cá, encomendava na Amazon, passava horas a pesquisar na net... A minha ideia era que se eu soubesse tudo, nada podia falhar, a não ser o que Deus impusesse à ultima da hora. Por isso o que eu pudesse fazer, eu faria. Cuidei de mim, mimei, meditei, fiz Yoga direccionado para a gravidez, aproveitei mesmo cada bocadinho porque sabia que iria passar em carro de fórmula 1 :) Fisicamente foram só coisas boas, tudo correu muito bem, sei que em parte devido ao meu esforço.


Mas nem tudo foram rosas. Com quase 6 meses de gravidez o marido foi tirar o curso da GNR, passava a semana na Figueira da Foz e vinha a casa ao fim de semana. Naqueles ultimos meses em que tudo se prepara e decide foi muito dificil, nunca tinhamos ficado tanto tempo sem estar juntos... Depois, através de pesquisas que tinha feito decidi que não queria ir para o hospital ter a Angie se não tivesse a certeza que respeitavam a minha vontade de ter um parto sem intervenção médica, ou seja, sem oxitocinas, episiotomias, epidurais... queria um parto natural. No Hospital da Póvoa estava fora de questão seguirem a minha vontade, têm uma taxa de episios de 95%, logo, nada feito. Ali ninguém me apanhava. Sentia que havia uma pressão para chegar à hora e esperar que os médicos e parteiras decidissem o que eu deveria fazer, e a minha forma de ver as coisas é que se eu carrego a criança e se antes de mim outras mulheres pariram sem médicos durante milénios, porque raio eu também não conseguiria?? Para histerismo de quem não quis ouvir a minha opinião e base científica de pesquisa eu decidi que iria ter a Angie em casa, a não ser que descobrisse um hospital que me assegurasse um parto natural, sem intervenções... e durante meses tive que lutar contra a tradição e a institucionalização e "se as outras mulheres fazem assim porquê que tu não fazes também?" Porque eu sou eu e as outras são as outras... temos pena! Graças a Deus o marido esteve firme do meu lado... Mas posso afirmar que se não estivesse eu teria a mesma determinação...


Fui acompanhada nas consultas do pré-natal por um médico Ginecologista-Obstetra muito renomeado aqui no Norte, e desde a primeira consulta ele tentava convercer-me que a cesariana é a maravilha dos tempos modernos. Verdade seja dita que não conheço nenhuma mulher que tenha sido sua paciente que tenha feito parto normal (quanto mais natural)... Todas fizeram cesariana e todas tiveram complicações de algum modo, fossem elas pontos infeccionados, insucesso na amamentação ou recuperações excruciantes... Ele nunca chegou atrasado a uma consulta com a desculpa de ter assitido a um parto demorado...


Na consulta das 37 semanas ele (o tal médico Hot-shot) diz-me que marcasse nova consulta para dali a 2 semanas (estaria nas 39, portanto) e que "nessa consulta marcariamos o dia para a tirar cá para fora..." Eu tinha passado toooooda a gravidez a informá-lo quais as minhas intenções e quais os meus valores, mas o "gajo" tinha que se sair com essa pérola! Resultado: Mudei de médico! Falei com uma amiga que é enfermeira no S. João que me informou que tinham aberto a nova Ala de Partos naturais e eu pensei: "É isto!!" Acabei por mudar de ideias em relação a um parteiro que me viria assitir ao parto em casa, o qual pedia uma soma que nos seria dificil de pagar... e decidi que iria aventurar-me num sítio que me respeitariam... e assim foi. E respeitaram. E eu tinha razão.


E tudo soube bem. Neste momento, se não tivesse que esperar a Angie fazer 18 meses (é o que os médicos aconselham a qualquer mulher) para encomendar o bébé numero 2... não pensaria 2 vezes e começava já nos treinos com o meu Beib ;) Tenho imensas saudades de estar grávida! Não posso ver uma mulher assim e já fico toda sorrisos, toda saudosa, toda nostálgica... Para além de que quero a minha casa cheia de crianças e gostava de as ter todas seguidinhas. Quero que tenham bases e portos de abrigo nos seus irmãos. Devia deixar-me de tretas e fazer já outro, vero??



2 comentários:

IsabelCunha disse...

Que saudades também eu tenho da minha gravidez! Quanto a esse médico, nem precisas dizer nomes... advinhem lá quem é o Sr. Doutor das cesarianas? lololol

Rita Rocha disse...

Ola. encontrei o teu blog através do da Belita e achei curioso por seres da Povoa. entretanto li este post e em relação a isto: "

Depois, através de pesquisas que tinha feito decidi que não queria ir para o hospital ter a Angie se não tivesse a certeza que respeitavam a minha vontade de ter um parto sem intervenção médica, ou seja, sem oxitocinas, episiotomias, epidurais... queria um parto natural. No Hospital da Póvoa estava fora de questão seguirem a minha vontade, têm uma taxa de episios de 95%, logo, nada feito. Ali ninguém me apanhava."

Posso então dizer que me aconteceu o mesmo e bati o pé. Fiz um plano de parto que foi seguido á risca! Estive apenas 4 horas em trabalho de parto no Hospital da Povoa, as horas anteriores estive em casa... quando la cheguei quis ir para o chao e brincar com a bola de pilates. nao quis soro, nem epidural, nem ficar agarrada a monitorização. tao pouco me obrigaram a vestir a bata ou me proibiram de fazer fosse o que fosse. a minha iara nasceu de parto natural sem episiotomia. fui muito bem assistida e ainda há muitas enfermeiras que nos admiram por isto. se tiveres outra gravidez tenta um/a poveirinho/a. eheh.

beijinho e tudo de bom para voces. x